terça-feira, 20 de maio de 2025

O invasor silencioso



Por Marcelo Duarte Lins

Há ameaças que não marcham pelas avenidas. Elas chegam de mansinho, quase sempre disfarçadas de boas intenções — travestidas de modernidade, progresso ou mesmo salvação. A soberania, esse conceito já tão desgastado por tratados, acordos e tecnocracias, agora sangra em silêncio, num hospital político onde todos fingem que está tudo sob controle.

Não se trata apenas de ideologias. A esquerda, com seu projeto de poder de longo prazo, opera com a precisão de quem sabe onde infiltrar, quando recuar e como dominar. O globalismo, com sua linguagem polida e seus fóruns internacionais, funciona como uma engrenagem sem rosto. E o narcotráfico, agora transnacional, atua como uma corporação sem sede fixa — eficiente, brutal, invisível.

A isso se soma uma força religiosa que avança sem armas, mas com números. Enquanto a Europa nativa envelhece em silêncio, bairros inteiros se transformam sob o peso de uma demografia que cresce rápido e sem freios. O Ocidente, que outrora exportava valores, hoje se vê culturalmente sitiado — e aceita, com resignação, a substituição lenta de seus próprios alicerces.

Dentro das fronteiras nacionais, o quadro não é menos alarmante. Os donos do poder — ou melhor, os que tomaram o poder de assalto — não chegaram ali pelo voto apenas, mas pela infiltração estratégica das engrenagens do Estado. Colonizaram instituições em nome da democracia, travestiram aparelhamento de representatividade, e substituíram técnicos por militantes. Transformaram comissões em trincheiras, decretos em armas, conselhos em quartéis ideológicos. Jogam xadrez com peças fixas e regras que eles mesmos reescrevem.

É nesse contexto que se impõe uma política que fere o futuro pela base: a vacinação compulsória de crianças contra a Covid-19. Não se trata aqui de negar a ciência ou alimentar teorias obscuras. Trata-se de fazer perguntas legítimas: houve tempo suficiente para comprovar segurança? Houve transparência sobre riscos e efeitos adversos? Houve escuta? Ou apenas obediência?

Porque quando um país aplica em sua infância uma política envolta em silêncio e censura, não está lidando apenas com saúde pública — está comprometendo o amanhã. Crianças não são experimentos nem estatísticas: são o chão onde o futuro se ergue ou desaba. E em vez de cuidado, recebem imposição. Em vez de proteção, recebem silêncio.

Há quem veja nisso algo mais profundo — e mais cruel. Uma engenharia social disfarçada de zelo sanitário. Um experimento cultural, ideológico, até civilizacional. Como se enfraquecer os corpos e as mentes das próximas gerações fosse o primeiro passo para entregar a nação a outro projeto, outra moral, outra lógica de poder.

O perigo, talvez, não esteja no grito — mas no sussurro. Não no confronto — mas no protocolo assinado. Não no exército — mas na caneta de um burocrata. Assim se rasga a soberania de uma nação: não com tanques, mas com termos de adesão. Não com invasões, mas com rendições disfarçadas de progresso.

E não se trata aqui do Imagine de John Lennon — aquele sonho de povos vivendo em paz e harmonia. O que se vê é outra coisa: uma substituição demográfica, uma engenharia ideológica e uma reconfiguração silenciosa do Ocidente. E o mais grave: feita sob aplausos, covardias e traições.

Nenhum comentário:

Postar um comentário